Ecos de 2009 – Parte 6 – O Mestrado

Nem me perguntem porque estou começando pela “Parte 6”.  Mas será por ela, mesmo.

2009 começou com a seleção do mestrado (prova escrita dia 8 de janeiro e entrevista dia 14, resultado dia 15) ansiedade e muitas dúvidas sobre como ficaria a junção entre trabalho e mestrado. A primeira questão a ser respondida foi “será que vou ganhar bolsa da CAPES ou da FAPESB?” E a resposta foi “Não, não vai. Você não ficou numa classificação que lhe presenteasse com uma bolsa, vá trabalhar, que é melhor.” E depois: “Como vou conseguir trabalhar 8h por dia e ainda estudar, escrever, etc, etc, etc?”

Bem, o primeiro ano, no mestrado, é o ano de ter aulas, escrever artigos (na maioria das vezes que valem como as notas das disciplinas), correr atrás de publicação desses artigos em revistas especializadas e apresentação em eventos. Outra tarefa básica é fazer o  “pré-projeto” de pesquisa aprovado na seleção se transformar num “projeto” ao final do ano. [Este projeto se tomará a forma de uma dissertação, a ser defendida no final do segundo ano.]

Pois então. Fecho 2009, o primeiro ano do meu mestrado tendo conseguido finalizar todas as disciplinas exigidas – e nenhuma a mais, confesso -  e aprovar meu projeto no Seminário Interno de Pesquisa, numa banca no último dia 7. Para quem estaria satisfeita em simplesmente “passar” tirando 7, o 8,5 conseguido foi mais do que bem vindo!

Mestrado CulTur SIP 07-12-09 030 Apresentação do projeto no SIP

Não quero aqui posar de boa aluna, Nerd, CDF ou como queiram chamar. Decididamente, eu NÃO me portei assim.  Ou melhor, não me SENTI assim. Porque até me PORTEI bem: Assisti todas as aulas, só faltei quando precisei ir acompanhar a cirurgia do filhote em Recife, e mesmo assim, foi muito pouco [Mas quem foi que disse que mestrado funciona em termos de AULAS??? Fala sério, ilusão mesmo.]   e fiz os trabalhos todos [sofrendo, entregando no último momento, alguns até atrasados, coisa que nunca havia feito na vida, mas fiz].  

Mas o problema é aquela coisa de ficar me perguntando “é isso mesmo que eu quero?” Tem acontecido cada vez com mais frequência. Insatisfação generalizada, sensação de desconforto mental… [tá, essa expressão eu nunca ouvi, mas é a que descreve minha sensação]. Se me perguntassem AGORA, eu diria que a Academia não é minha praia. Estou me sentindo pressionada e sufocada, enxergando coisas do outro lado da mesa, que não têm me animado nem um pouquinho a enveredar pelos meandros acadêmicos e lá amarrar meu jegue para sempre e sempre, eternamente, amém. Mas como não se deve falar sobre nada de maneira definitiva… ainda fico no “quem sabe?…”  Vamos ver depois da defesa da dissertação o que acontece. Cada coisa tem seu tempo.

Mas o ano não foi ruim, no mestrado, não mesmo. Olhando para trás, vejo que conheci pessoas maravilhosas. Professores e colegas, cada um do seu jeito, vindos de diversos lugares e com as mais variadas formações, construíram um mosaico de relacionamentos. Sofremos juntos, brincamos, rimos, comemos… da turma inteira, tenho muito mais lembranças e sensações positivas do que negativas. Dentre os professores, descobri pelo menos dois que podem vir a ser amigos pro resto da vida. [Será coincidência serem os dois pessoas com quem trabalho no Colegiado?]

Além disso, inexplicavelmente consegui coordenar trabalho e mestrado. Tá, tem o pequeno detalhe de que os dois são no mesmo lugar, na mesma universidade. Mas isso eu falo no capítulo do Trabalho. [Aguarde e confie, o link vem].

E, sim, eu cresci.Apendi a ter mais jogo de cintura, a calar mais [e a falar mais, também], a olhar as mesmas coisas com outros olhos, e a pensar especificamente no turismo como algo sério de verdade, embora essa discussão me canse às vezes, porque vejo que é só falatório sem ação.

Agora terminada essa primeira etapa, vou entrar de cabeça na pesquisa de campo e nas leituras para o primeiro capítulo da dissertação, que será alvo do exame de qualificação, em julho/2010.  Êpa, aí já saímos do campo da retrospectiva…

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